1987
De onde vens nordestino
Pisando esse quente chão?
Eu venho lá do agreste, do cariri, do sertão
Mas lá a seca apavora
Tenho mesmo é que ir embora
Que aqui não chove mais não
Pra onde vais nordestino
Se esse lugar é seu?
Desprezando seu torrão
O berço que Deus lhe deu?
Eu lhe respondo "Cumpade"
A tristeza que me invade
É que esse ano não choveu
Escuta amigo, não vá não
Não saia do cariri
Para o Brejo, ou para o Sul
O Deus de lá, é o daqui
Não adianta, patrão
Não aguento mais o verão
Meu sonho agora é sumir!
O nordeste é seco malvado
A vida é um cativeiro
Esse ano não choveu
O gado já emagreceu
E se não chover em Janeiro
O pobre caririzeiro
Vai morrer sacrificado
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